sexta-feira, 20 de março de 2009

V

olhos vendados, arma na mão.
andando pelas ruas da favela,
pés descalços, solidão.
solidão que agonia, medo.
desespero rondando a cidade,
fuzil roubado, 11 anos, 6 mortes.
- Ei muleque, sobe na laje
e solta os fogos quando os alemãos chegar.
Não deu tempo de subir,
já estavam subindo o morro, atirando,
bandidos ou inocentes,
traficantes ou crianças
escorria pelo chão a "água" vermelha do tráfico.
Onde os chefes tavam, tinha movimentação
tinham sido pegos, ele seria o próximo,
tinha que fugir.
Vendo um vulto atrás de si,
não pensou duas vezes, ou matava ou morria
o grito feminino que ecoou parecia familiar,
sua alma estava suja de sangue,
matara a mãe.
Chorava desconsolado, caminhando lentamente
entre os vultos que passavam rápido,
nenhum se importa com seu rosto,
mais um tempo os "homi" o pegaria,
estava cercado deles,
sentindo ir ao chão com a pancada na cabeça,
eram eles e alguns segundos depois apagaram as luzes,
e no momento antes da morte, só pensava
" quero o carinho do abraço da mãe"

2 comentários:

Guilherme Rocha disse...

buaa... você escreve muuuuito velho *_* muito lindo isso

Incoveniente; disse...

Esse tá o melhor. *-*

:* teamomuito. (L)